É de se indignar
Um teaser, conforme o jargão publicitário, é uma técnica utilizada para chamar a atenção do público para determinada ação que será realizada, como o lançamento de um produto, por exemplo. Por não deixa bem claro o que está se anunciando, gera curiosidade e grande expectativa para o segredo seja logo revelado.
Eis que em Porto Alegre, há 15 dias, anúncios em diversos formatos mostravam um código de barras e a frase “Faltam xx dias”, como na imagem acima, numa contagem regressiva que era alterada diariamente.
Aí começaram os problemas. Outdoors não registravam a mesma data, por exemplo. No mesmo dia, cheguei a ver três diferentes. Além disso, por ser um período muito longo, estava ficando irritante já aquela campanha. Mas se fosse algo muito legal, tudo bem.
O debate tomou conta da cidade. Zero Hora chegou a publicar que poderia ser um anúncio de uma ação de algum coletivo de artistas, como o que pintou um código de barras numa faixa de pedestres no centro. Nas ruas, se falava no anúncio do fim do mundo e até que era um aviso do PCC antes de começar a agir explicitamente na capital gaúcha.
Ontem, enfim, passando perto da rodoviária, o segredo se revela: era um anúncio dos 75 anos do Sindicato dos Comerciários de Porto Alegre (Sindec). Acho que nunca em minha vida me senti tão idiota quanto naquele momento por ter sido enganado por 15 dias com algo sem importância alguma. Com todos que conversei depois, muitos não acreditavam que era isso, ficavam desanimados.
Foi, sem dúvida, uma das maiores brincadeiras de mau gosto que já vi. Ao invés de se preocupar com as condições de trabalho da categoria, o Sindec resolveu comemoram seu aniversário com uma campanha que não deve ter sido barata, pela necessidade de se alterar os outdoors diariamente e pelos anúncios na capa dos principais jornais do Estado.
Enquanto isso, os comerciários não tem nada a comemorar. Afinal, muitos trabalham de segunda a segunda, privados do convívio com a família em domingos e feriados, com jornadas de trabalho que, muitas vezes, ultrapassam as dez horas diárias, pressionados por metas e obrigados a disputar com outros colegas comissões de vendas, a qualquer custo, a fim de complementar os baixos salários.
Isso é bem típico de sindicato. Olhar mais para o próprio umbigo que ao redor. Comemorar quando não há nada a ser celebrado. As estruturas sindicais, assim como as estudantis, estão perdendo força. Fazem um barulho para anunciar que estão negociando salários e melhores condições de trabalho e, na mesa de debates, diante dos patrões, apenas dizem amém. Viajam todo o país para participar de reuniões de centrais sindicais, das quais retornam sem nada útil. E tudo isso recendo contribuições descontadas nas folhas de pagamento dos poucos que conseguem um emprego formal.
Os sindicatos são estruturas em extinção. Afinal, um ex-líder da CUT, que já foi a mais barulhenta central sindical, hoje é ministro (e da Previdência, ainda...), numa das jogadas mais inteligentes do atual governo. Conseguiu, assim, calar uma possível fonte de oposição.
Enquanto isso, quem trabalha não pode perder tempo com essas coisas. Porque, de fato, tem que trabalhar para se manter no emprego, pois não tem que o defenda caso perca seu ganha-pão.
Eis que em Porto Alegre, há 15 dias, anúncios em diversos formatos mostravam um código de barras e a frase “Faltam xx dias”, como na imagem acima, numa contagem regressiva que era alterada diariamente.
Aí começaram os problemas. Outdoors não registravam a mesma data, por exemplo. No mesmo dia, cheguei a ver três diferentes. Além disso, por ser um período muito longo, estava ficando irritante já aquela campanha. Mas se fosse algo muito legal, tudo bem.
O debate tomou conta da cidade. Zero Hora chegou a publicar que poderia ser um anúncio de uma ação de algum coletivo de artistas, como o que pintou um código de barras numa faixa de pedestres no centro. Nas ruas, se falava no anúncio do fim do mundo e até que era um aviso do PCC antes de começar a agir explicitamente na capital gaúcha.
Ontem, enfim, passando perto da rodoviária, o segredo se revela: era um anúncio dos 75 anos do Sindicato dos Comerciários de Porto Alegre (Sindec). Acho que nunca em minha vida me senti tão idiota quanto naquele momento por ter sido enganado por 15 dias com algo sem importância alguma. Com todos que conversei depois, muitos não acreditavam que era isso, ficavam desanimados.
Foi, sem dúvida, uma das maiores brincadeiras de mau gosto que já vi. Ao invés de se preocupar com as condições de trabalho da categoria, o Sindec resolveu comemoram seu aniversário com uma campanha que não deve ter sido barata, pela necessidade de se alterar os outdoors diariamente e pelos anúncios na capa dos principais jornais do Estado.
Enquanto isso, os comerciários não tem nada a comemorar. Afinal, muitos trabalham de segunda a segunda, privados do convívio com a família em domingos e feriados, com jornadas de trabalho que, muitas vezes, ultrapassam as dez horas diárias, pressionados por metas e obrigados a disputar com outros colegas comissões de vendas, a qualquer custo, a fim de complementar os baixos salários.
Isso é bem típico de sindicato. Olhar mais para o próprio umbigo que ao redor. Comemorar quando não há nada a ser celebrado. As estruturas sindicais, assim como as estudantis, estão perdendo força. Fazem um barulho para anunciar que estão negociando salários e melhores condições de trabalho e, na mesa de debates, diante dos patrões, apenas dizem amém. Viajam todo o país para participar de reuniões de centrais sindicais, das quais retornam sem nada útil. E tudo isso recendo contribuições descontadas nas folhas de pagamento dos poucos que conseguem um emprego formal.
Os sindicatos são estruturas em extinção. Afinal, um ex-líder da CUT, que já foi a mais barulhenta central sindical, hoje é ministro (e da Previdência, ainda...), numa das jogadas mais inteligentes do atual governo. Conseguiu, assim, calar uma possível fonte de oposição.
Enquanto isso, quem trabalha não pode perder tempo com essas coisas. Porque, de fato, tem que trabalhar para se manter no emprego, pois não tem que o defenda caso perca seu ganha-pão.
1 Commentários:
Você não deve entender nada de propaganda mesmo. A repercussão da campanha foi grande e muito bem aceita pelo público. Ainda bem que eles não lêem este blog.
By Anônimo, at 4:31 PM
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