Copa ou não Copa?
Nesta quarta, dia 11, membros do comitê da campanha da Colômbia para sede da Copa do Mundo de Futebol de 2014 resolveram retirar a candidatura. Com isso, o Brasil passa a ser o candidato único para receber o evento, uma vez que, por um rodízio estipulado pela FIFA, naquele ano a competição deverá acontecer na América do Sul. Não significa, no entanto, que a Copa vai acontecer no Brasil. O país ainda precisa cumprir os requisitos que a entidade solicita.
Ao ouvir essa notícia, tentei lembrar do primeiro colombiano que tomei conhecimento. Acho que foi o Higuita, ou o Valderrama. Como para mim ambos surgiram na mesma época, não sei quem veio primeiro. Mas com o tempo descobri outras pessoas como Pablo Escobar, Shakira, Fernando Botero, Álvaro Uribe, Gabriel Garcia Márquez até chegar ao Rentería.
Além das pessoas, aprendi uma característica do povo colombiano que admiro: a capacidade de ser humilde. Bom, independente da nacionalidade, saber admitir que o passo a ser dado pode ser maior que a perna é uma prova de inteligência. Infelizmente, em terras brasileiras isso não se aplica muito. Então você vê aquela situação do “bom, eu não sei fazer bem, mas posso tentar, com um jeitinho eu consigo”. O resultado é aquele: trabalho incompleto, sem qualidade e a necessidade de fazer tudo novamente, perdendo tempo.
Como torcedor do futebol, sempre gostei da idéia de uma Copa no meu país. Adoraria poder ver um jogo de seleções de outras partes do mundo (como os habitantes de Leipizig, que tiveram a chance de ver Irã x Angola no ano passado) e também a troca de culturas que isso permitiria. Mas agora que a possibilidade está se tornando real, começo a admitir que isso não é coisa para a gente, pelos investimentos necessários.
Claro, haveria um retorno destas ações. A Copa da Alemanha deu lucro na organização (20 milhões de Euros) e também influenciou até no resultado da economia do país no último ano. Balanço da Associação de Comerciantes indicou a geração de 2 bilhões de euros no setor (300 milhões só no setor hoteleiro e gastronômico) e 50 mil empregos. O governo arrecadou em impostos 7,2 milhões de euros dos prêmios distribuídos pela FIFA, mais 57 milhões do Comitê Organizador e 40 milhões com a venda de ingressos. Mas a Alemanha já tem uma economia e uma situação social adaptada a permitir este resultado.
O Brasil só vai ter sucesso na organização com um grande investimento privado. Não é nem pelo fato de que o dinheiro público deve ir para setores sociais. Dinheiro do governo em grandes obras é igual a desperdício, superfaturamento, desvio de verba, atraso nas obras e serviço porco.
Basta ver o que está acontecendo com o Pan 2007. Ninguém está publicando, até para não assustar o povo ou pra não fazer figura, mas as obras estão muito atrasadas e, sinceramente, acredito que não vão terminar no pouco tempo que falta. Até as obras das Olimpíadas de Pequim estão mais adiantadas.
Aliás, o Pan vai ser decisivo para pensar a Copa. A opinião pública, os delegados da FIFA e nossos representantes vão poder avaliar, com essa experiência, se em sete anos poderemos receber o segundo maior evento esportivo do planeta. Eu, por enquanto, estou dividido, mas quase pendendo para um lado. Acho que vou ter que ir longe para poder ver um jogo de Mundial.
Ao ouvir essa notícia, tentei lembrar do primeiro colombiano que tomei conhecimento. Acho que foi o Higuita, ou o Valderrama. Como para mim ambos surgiram na mesma época, não sei quem veio primeiro. Mas com o tempo descobri outras pessoas como Pablo Escobar, Shakira, Fernando Botero, Álvaro Uribe, Gabriel Garcia Márquez até chegar ao Rentería.
Além das pessoas, aprendi uma característica do povo colombiano que admiro: a capacidade de ser humilde. Bom, independente da nacionalidade, saber admitir que o passo a ser dado pode ser maior que a perna é uma prova de inteligência. Infelizmente, em terras brasileiras isso não se aplica muito. Então você vê aquela situação do “bom, eu não sei fazer bem, mas posso tentar, com um jeitinho eu consigo”. O resultado é aquele: trabalho incompleto, sem qualidade e a necessidade de fazer tudo novamente, perdendo tempo.
Como torcedor do futebol, sempre gostei da idéia de uma Copa no meu país. Adoraria poder ver um jogo de seleções de outras partes do mundo (como os habitantes de Leipizig, que tiveram a chance de ver Irã x Angola no ano passado) e também a troca de culturas que isso permitiria. Mas agora que a possibilidade está se tornando real, começo a admitir que isso não é coisa para a gente, pelos investimentos necessários.
Claro, haveria um retorno destas ações. A Copa da Alemanha deu lucro na organização (20 milhões de Euros) e também influenciou até no resultado da economia do país no último ano. Balanço da Associação de Comerciantes indicou a geração de 2 bilhões de euros no setor (300 milhões só no setor hoteleiro e gastronômico) e 50 mil empregos. O governo arrecadou em impostos 7,2 milhões de euros dos prêmios distribuídos pela FIFA, mais 57 milhões do Comitê Organizador e 40 milhões com a venda de ingressos. Mas a Alemanha já tem uma economia e uma situação social adaptada a permitir este resultado.
O Brasil só vai ter sucesso na organização com um grande investimento privado. Não é nem pelo fato de que o dinheiro público deve ir para setores sociais. Dinheiro do governo em grandes obras é igual a desperdício, superfaturamento, desvio de verba, atraso nas obras e serviço porco.
Basta ver o que está acontecendo com o Pan 2007. Ninguém está publicando, até para não assustar o povo ou pra não fazer figura, mas as obras estão muito atrasadas e, sinceramente, acredito que não vão terminar no pouco tempo que falta. Até as obras das Olimpíadas de Pequim estão mais adiantadas.
Aliás, o Pan vai ser decisivo para pensar a Copa. A opinião pública, os delegados da FIFA e nossos representantes vão poder avaliar, com essa experiência, se em sete anos poderemos receber o segundo maior evento esportivo do planeta. Eu, por enquanto, estou dividido, mas quase pendendo para um lado. Acho que vou ter que ir longe para poder ver um jogo de Mundial.
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